Questões de Português do ENEM

Questões de Português retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM

cód. #3719

INEP - Português - 2010 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

As redes sociais de relacionamento ganham força a cada dia. Uma das ferramentas que tem contribuído significativamente para que isso ocorra é o surgimento e a consolidação da blogosfera, nome dado ao conjunto de blogs e blogueiros que circulam pela Internet. Um blog é um site com acréscimos dos chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. Muitos blogs fornecem comentários ou notícias sobre um assunto em particular; outros funcionam mais como diários on-line. Um blog típico combina texto, imagens e links para outros blogs, páginas da web e mídias relacionadas a seu tema. A possibilidade de leitores deixarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante dos blogs. O que foi visto com certa desconfiança pelos meios de comunicação virou até referência para sugestões de reportagem. A linguagem utilizada pelos blogueiros, autores e leitores de blogs, foge da rigidez praticada nos meios de comunicação e deixa o leitor mais próximo do assunto, além de facilitar o diálogo constante entre eles. As redes sociais compõem uma categoria de organização social em que grupos de indivíduos utilizam a Internet com objetivos comuns de comunicação e relacionamento. Nesse contexto, os chamados blogueiros

A) promovem discussões sobre diversos assuntos, expondo seus pontos de vista particulares e incentivando a troca de opiniões e consolidação de grupos de interesse.
B) contribuem para o analfabetismo digital dos leitores de blog, uma vez que não se preocupam com os usos padronizados da língua.
C) interferem nas rotinas de encontros e comemorações de determinados segmentos, porque supervalorizam o contato a distância.
D) definem previamente seus seguidores, de modo a evitar que pessoas que não compactuam com as mesmas opiniões interfiram no desenvolvimento de determinados assuntos.
E) utilizam os blogs para exposição de mensagens particulares, sem se preocuparem em responder aos comentários recebidos, e abdicam do uso de outras ferramentas virtuais, como o correio eletrônico.

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cód. #3720

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Saúde
Afinal, abrindo um jornal, lendo uma revista ou assistindo à TV, insistentes são os apelos feitos em prol da atividade física. A mídia não descansa; quer vender roupas esportivas, propagandas de academias, tênis, aparelhos de ginástica e musculação, vitaminas, dietas... uma relação infindável de materiais, equipamentos e produtos alimentares que, por trás de toda essa “parafernália”, impõe um discurso do convencimento e do desejo de um corpo belo, saudável e, em sua grande maioria, de melhor saúde.
RODRIGUES,L. H.; GALVÃO, Z. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
Em razão da influência da mídia no comportamento das pessoas, no que diz respeito ao padrão de corpo exigido, podem ocorrer mudanças de hábitos corporais. A esse respeito, infere-se do texto que é necessário

A) reconhecer o que é indicado pela mídia como referência para alcançar o objetivo de ter um corpo belo e saudável.
B) valorizar o discurso da mídia, entendendo-o como incentivo à prática da atividade física, para o culto do corpo perfeito.
C) diferenciar as práticas corporais veiculadas pela mídia daquelas praticadas no dia a dia, considerando a saúde e a integridade corporal.
D) atender aos apelos midiáticos em prol da prática exacerbada de exercícios físicos, como garantia de beleza.
E) identificar os materiais, equipamentos e produtos alimentares como o caminho para atingir o padrão de corpo idealizado pela mídia.

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cód. #3721

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Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el - carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se

A) na fonologia.
B) no uso do léxico.
C) no grau de formalidade.
D) na organização sintática.
E) na estruturação morfológica.

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cód. #3722

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Diego Souza ironiza torcida do Palmeiras O Palmeiras venceu o Atlético-GO pelo placar de 1 a 0, com um gol no final da partida. O cenário era para ser de alegria, já que a equipe do Verdão venceu e deu um importante passo para conquistar a vaga para as semifinais, mas não foi bem isso que aconteceu.
O meia Diego Souza foi substituído no segundo tempo debaixo de vaias dos torcedores palmeirenses e chegou a fazer gestos obscenos respondendo à torcida. Ao final do jogo, o meia chegou a dizer que estava feliz por jogar no Verdão. — Eu não estou pensando em sair do Palmeiras. Estou muito feliz aqui — disse.
Perguntado sobre as vaias da torcida enquanto era substituído, Diego Souza ironizou a torcida do Palmeiras. —Vaias? Que vaias? — ironiza o camisa 7 do Verdão, antes de descer para os vestiários.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 abr. 2010.
A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas que se estabelecem entre as partes do texto. Tais relações podem ser claramente apresentadas pelo emprego de elementos coesivos ou não ser explicitadas, no caso da justaposição. Considerando-se o texto lido,

A) no primeiro parágrafo, o conectivo já que marca uma relação de consequência entre os segmentos do texto.
B) no primeiro parágrafo, o conectivo mas explicita uma relação de adição entre os segmentos do texto.
C) entre o primeiro e o segundo parágrafos, está implícita uma relação de causalidade.
D) no quarto parágrafo, o conectivo enquanto estabelece uma relação de explicação entre os segmentos do texto.
E) entre o quarto e o quinto parágrafos, está implícita uma relação de oposição.

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cód. #3723

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O “politicamente correto” tem seus exageros, como chamar baixinho de “verticalmente prejudicado”, mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação em não ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossincrasia ótica” do que de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz etílico”, para lhe poupar os sentimentos. O tratamento verbal dado aos negros é o melhor exemplo da condescendência que passa por tolerância racial no Brasil. Termos como “crioulo”, “negão” etc. são até considerados carinhosos, do tipo de carinho que se dá a inferiores, e, felizmente, cada vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais correto. Foi substituído por afrodescendente, por influência dos afro-americans, num caso de colonialismo cultural positivo. Está certo. Enquanto o racismo que não quer dizer seu nome continua no Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem.
VERÍSSIMO, L. F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco. 10 jun. 2006 (adaptado).
Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no Brasil e as exigências do comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção de

A) criticar o racismo declarado do brasileiro, que convive com a discriminação camuflada em certas expressões linguísticas.
B) defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto ao preconceito racial, que inexiste no Brasil.
C) mostrar que os problemas de intolerância racial, no Brasil, já estão superados, o que se evidencia na linguagem cotidiana.
D) questionar a condenação de certas expressões consideradas “politicamente incorretas”, o que impede os falantes de usarem a linguagem espontaneamente.
E) sugerir que o país adote, além de uma postura linguística “politicamente correta”, uma política de convivência sem preconceito racial.

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cód. #3724

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O novo boca a boca
Tomara que não seja verdade, porque, se for, os críticos, comentaristas, os chamados formadores de opinião, todos corremos o risco de perder nossa razão de ser e nossos empregos. Há uma nova ameaça à vista. Dizem que a Internet será em breve, já está sendo, o boca a boca de milhões de pessoas, isto é, vai substituir aquele processo usado tradicionalmente para recomendar um filme, uma peça, um livro e até um candidato. Não mais a orientação transmitida pela imprensa e nem mesmo as dicas dadas pessoalmente - tudo seria feito virtualmente pelos mecanismos de mobilização da rede.
VENTURA, Z. O Globo, 19 set. 2009 (fragmento)
Segundo o texto, a Internet apresenta a possibilidade de modificar as relações sociais, na medida em que estabelece novos meios de realizar atividades cotidianas. A preocupação do autor acerca do desaparecimento de determinadas profissões deve-se

A) às habilidades necessárias a um bom comunicador, que podem ser comprometidas por problemas pessoais.
B) à confiabilidade das informações transmitidas pelos internautas, que superam as informações jornalísticas.
C) ao número de pessoas conectadas à Internet, à rapidez e à facilidade com que a informação acontece.
D) aos boatos que atingem milhões de pessoas, levando a população a desacreditar nos formadores de opinião.
E) aos computadores serem mais eficazes do que os profissionais da escrita para informar a sociedade.

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cód. #3725

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Maurício e o leão chamado Millôr
Livro de Flavia Maria ilustrado por cartunista nasce como um dos grandes títulos do gênero infantil

Um livro infantil ilustrado por Millôr há de ter alguma grandeza natural, um viço qualquer que o destaque de um gênero que invade as livrarias (2 mil títulos novos, todo ano) nem sempre com qualidade. Uma pegada que o afaste do risco de fazer sombra ao fato de ser ilustrado por Millôr: Maurício - O Leão de Menino (CosacNaify, 24 páginas, R$ 35), de Flavia Maria, tem essa pegada.
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010 (fragmento).
Como qualquer outra variedade linguística, a norma padrão tem suas especificidades. No texto, observam-se marcas da norma padrão que são determinadas pelo veículo em que ele circula, que é a Revista Língua Portuguesa. Entre essas marcas, evidencia-se

A) a obediência às normas gramaticais, como a concordância em “um gênero que invade as livrarias”
B) a presença de vocabulário arcaico, como em “há de ter alguma grandeza natural”.
C) o predomínio de linguagem figurada, como em “um viço qualquer que o destaque”.
D) o emprego de expressões regionais, como em “tem essa pegada”.
E) o uso de termos técnicos, como em “grandes títulos do gênero infantil”.

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cód. #3726

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Riqueza ameaçada
Boa parte dos 180 idiomas sobreviventes está ameaçada de extinção — mais da metade (110) é falada por menos de 500 pessoas. No passado, era comum pessoas serem amarradas em árvores quando se expressavam em suas línguas, lembra o cacique Felisberto Kokama, um analfabeto para os nossos padrões e um guardião da pureza de seu idioma (caracterizado por uma diferença marcante entre a fala masculina e a feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões. Outro Kokama, o professor Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), mostra o problema atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas brancas pelas dificuldades de sobrevivência. O contato com a língua portuguesa foi exterminando e dificultando a prática da nossa língua. Há poucos falantes, e com vergonha de falar. A língua é muito preconceituada entre nos mesmos.
Revista Língua Portuguesa. Sao Paulo: Segmento, n° 26,2007.
O desaparecimento gradual ou abrupto de partes importantes do patrimônio linguístico e cultural do país possui causas variadas. Segundo o professor Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas sobreviventes estão ameaçados de extinção devido ao

A) medo que as pessoas tinham de serem castigadas por falarem a sua língua.
B) número reduzido de índios que continuam falando entre si nas suas reservas.
C) contato com falantes de outras línguas e a imposição de um outro idioma.
D) desaparecimento das reservas indígenas em decorrência da influência do branco.
E) descaso dos governantes em preservar esse patrimônio cultural brasileiro.

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cód. #3727

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Texto I


Chão de esmeralda


Me sinto pisando

Um chão de esmeraldas

Quando levo meu coração

À Mangueira

Sob uma chuva de rosas

Meu sangue jorra das veias

E tinge um tapete

Pra ela sambar

É a realeza dos bambas

Que quer se mostrar

Soberba, garbosa

Minha escola é um catavento a girar

É verde, é rosa

Oh, abre alas pra Mangueira passar


BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira. Marola Edições Musicais Ltda. BMG. 1997. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010.


Texto II


Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí, a plateia delira, o coração dos componentes bate mais forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse verdadeiro espetáculo entre em cena, por trás da cortina de fumaça dos fogos de artifício, existe um verdadeiro batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas, diretores de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e uma infinidade de profissionais que garantem que tudo esteja perfeito na hora do desfile.


AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores. Revista de Carnaval 2010: Mangueira. Rio de Janeiro: Estação Primeira de Mangueira, 2010.


Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o compromisso dos dirigentes e de todos os componentes com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Uma das diferenças que se estabelece entre os textos é que

A) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais do que a letra de música.
B) a letra de música privilegia a função social de comunicar a seu público a crítica em relação ao samba e aos sambistas.
C)

a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola, enquanto a linguagem, no Texto II, cumpre a função de informar e envolver o leitor.


D) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I acende a rivalidade entre escolas de samba, enquanto o Texto II é neutro.
E) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o Texto II destaca o trabalho na escola de samba.

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cód. #3728

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Disponível em: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010.

O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra o uso de drogas. Essa abordagem, que se diferencia das de outras campanhas, pode ser identificada

A) pela seleção do público alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de jovens.
B) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não usuários: diga não às drogas.
C) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a ideia de que não é a droga que faz a cabeça do jovem.
D) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade do tema e a ambiência amena que envolve a cena.
E) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens, que não possuem autonomia para seguir seus caminhos.

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