Questões de Português do ENEM

Questões de Português retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM

cód. #4475

INEP - Português - 2014 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Evocação do Recife
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada...
Bandeira, M Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro Nova Fronteira, 2007.
Segundo o poema de Manuel Bandeira, as variações linguísticas originárias das classes populares devem ser

A) Satirizadas, pois as várias formas de se falar o português no Brasil ferem a língua portuguesa autêntica.
B) questionadas, pois o povo brasileiro esquece a sintaxe da língua portuguesa.
C) subestimadas, pois o português "gostoso" de Portugal deve ser a referência de correção linguística.
D) reconhecidas, pois a formação cultural brasileira é garantida por meio da fala do povo.
E) reelaboradas, pois o povo "macaqueia" a língua portuguesa original.

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cód. #4476

INEP - Português - 2014 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

A leitura nos tempos do e-book
Não é só nas bibliotecas e livrarias que se encerra o conhecimento. A internet, por meio de seu infinito conteúdo, e através de sites como Domínio Público e muitos outros similares, demonstra as transformações ocorridas na disponibilização de obras literárias ou de todas as outras áreas. Sites, como o citado acima, contêm arquivos com textos digitalizados dos mais variados autores, dos clássicos aos contemporâneos. Antes, esse conteúdo todo só seria passível de consulta em suporte material. O suporte virtual, também conhecido como e-book, é, digamos, semimaterial, pois nos põe em contato com o texto através do computador, mas não nos põe o livro nas mãos, a não ser que queiramos imprimir o texto digital.
Nossa geração passa por um período de transição lento que transformará profundamente o hábito da leitura. Paradoxalmente, a alta velocidade com que se proliferam as informações faz com que também seja aumentada a nossa velocidade de captação dessas informações, ou seja, aos poucos e de modo geral a leitura vai ficando cada vez mais fragmentada. Isso já apresenta reflexos no modo como lemos os diversos textos contidos em revistas, jornais ou internet, e igualmente na produção literária contemporânea.
Disponível em: www.tecnosapiens.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).
A criação dos e-books oferece vantagens e facilidades para a leitura. No texto, ressalta-se a influência desse meio virtual, sobretudo no contexto atual, pois

A) as livrarias e bibliotecas estão se tornando lugares pouco atrativos para os leitores, uma vez que os livros impressos estão em desuso.
B) a semimaterialidade dos e-books garante maior interação entre o leitor e o texto.
C) os e-books possibilitam maior difusão da leitura, tendo em vista a velocidade e a dinamicidade da informação.
D) as obras clássicas e contemporâneas ficaram gratuitas, devido às digitalizações propiciadas com o surgimento da internet.
E) a velocidade de proliferação e captação de informações transforma a leitura fragmentada em uma solução para o acesso às obras.

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cód. #4477

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TEXTO I




BANKSY Disponível em: www.banksy.co.uk. Acesso em: 4 ago. 2012.
TEXTO II
Só Deus pode me julgar
Soldado da guerra a favor da justiça Igualdade por aqui é coisa fictícia Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito sem conceito que apodrece a nação Filhos do descaso mesmo pós-abolição
MV BILL. Declaração de guerra. Manaus:BMG, 2002 (fragmento).
O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social das manifestações artísticas e provocam a

A) consciência do público sobre as razões da desigualdade social.
B) rejeição do público-alvo à situação representada nas obras.
C) reflexão contra a indiferença nas relações sociais de forma contundente.
D) ideia de que a igualdade é atingida por meio da violência.
E) mobilização do público contra o preconceito racial em contextos diferentes.

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cód. #4478

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Mães
Triste, mas verdadeira, a constatação de Jairo Marques — colunista que tem um talento raro — em seu texto “E a mãe ficou velhinha” (“Cotidiano”, ontem). Aqueles que percebem que a mãe envelheceu sempre têm atitudes diversas. Ou não a procuram mais, porque essa é uma forma de negar que um dia perderão o amparo materno, ou resolvem estar ao lado dela o maior tempo possível, pois têm medo de perdê-la sem ter retribuído plenamente o amor que receberam.
Leonor Souza (São Paulo, SP) — Painel do Leitor. Folha de S. Paulo, 29 fev. 2012.
Os gêneros textuais desempenham uma função social específica, em determinadas situações de uso da língua, em que os envolvidos na interação verbal têm um objetivo comunicativo. Considerando as características do gênero, a análise do texto Mães revela que sua função é

A) ensinar sobre os cuidados que se deve ter com as mães, especialmente na velhice.
B) influenciar o ânimo das pessoas, levando-as a querer agir segundo um modelo sugerido.
C) informar sobre os idosos e sobre seus sentimentos e necessidades.
D) avaliar matéria publicada em edição anterior de jornal ou de revista.
E) apresentar nova publicação, visando divulgá-la para leitores de jornal.

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cód. #4479

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O Jornal do Commércio deu um brado esta semana contra as casas que vendem drogas para curar a gente, acusando-as de as vender para outros fins menos humanos. Citou os envenenamentos que tem havido na cidade, mas esqueceu de dizer, ou não acentuou bem, que são produzidos por engano das pessoas que manipulam os remédios. Um pouco mais de cuidado, um pouco menos de distração ou de ignorância, evitarão males futuros. Mas todo ofício tem uma aprendizagem, e não há benefício humano que não custe mais ou menos duras agonias. Cães, coelhos e outros animais são vítimas de estudos que lhes não aproveitam, e sim aos homens; por que não serão alguns destes, vítimas do que há de aproveitar aos contemporâneos e vindouros? Há um argumento que desfaz em parte todos esses ataques às boticas; é que o homem é em si mesmo um laboratório. Que fundamento jurídico haverá para impedir que eu manipule e venda duas drogas perigosas? Se elas matarem, o prejudicado que exija de mim a indenização que entender; se não matarem, nem curarem, é um acidente e um bom acidente, porque a vida fica.
ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1967 (fragmento).
No gênero crônica, Machado de Assis legou inestimável contribuição para o conhecimento do contexto social de seu tempo e seus hábitos culturais. O fragmento destacado comprova que o escritor avalia o(a)

A) manipulação inconsequente dos remédios pela população.
B) uso de animais em testes com remédios desconhecidos.
C) fato de as drogas manipuladas não terem eficácia garantida.
D) hábito coletivo de experimentar drogas com objetivos terapêuticos.
E) ausência de normas jurídicas para regulamentar a venda nas boticas.

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cód. #4480

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O termo Foco equivale ao ponto de concentração I do ator. O nível de concentração é determinado pelo envolvimento com o problema a ser solucionado. Tomemos o exemplo do jogo teatral Cabo de Guerra: o Foco desse jogo reside em dar realidade ao objeto, que nesse caso é a corda imaginária. A dupla de jogadores no palco mobiliza toda sua atenção e energia para dar realidade à corda. Quando a concentração é plena, a dupla sai do jogo com toda evidência de ter realmente jogado o Cabo de Guerra — sem fôlego, com dor nos músculos do braço etc. A plateia observa em função do Foco.


KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1990.


De acordo com o texto, a autora argumenta que o uso do foco da cena teatral permite

A) transformar um objeto imaginário em um objeto concreto, produzindo sobre o espectador uma sensação igual à que ele teria em um espetáculo de mágica.
B) produzir sobre a plateia, por meio do envolvimento dos atores, imagens e/ou situações capazes de ativar seu imaginário e seu conhecimento de mundo.
C) provocar efeito físico no ator, o que lhe confere a certeza de que seu corpo foi trabalhado adequadamente para a produção da cena.
D) acionar no ator a atenção a múltiplas ações que ocorrem concomitantemente, tornando-o mais disponível para a atuação em cena.
E) determinar uma única leitura da ação proposta, explicitando qual entendimento o espectador deve ter da cena.

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cód. #4481

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Futebol de rua
Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Se você é brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim: DO CAMPO — O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e — nos clássicos — o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se só no meio da rua. DA DURAÇÃO DO JOGO — Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia. DA FORMAÇÃO DOS TIMES — O número de jogadores em cada equipe varia, de um a setenta para cada lado. DO JUIZ — Não tem juiz. DO INTERVALO PARA DESCANSO — Você deve estar brincando.
VERISSIMO, L. F. In: Para gostar de ler: crônicas 6. São Paulo: Ática, 2002 (fragmento).
Nesse trecho de crônica, o autor estabelece a seguinte relação entre o futebol de rua e o futebol oficial:

A) As regras do futebol de rua descaracterizam o futebol de campo, uma vez que entre as duas práticas não há similaridades.
B) As condições materiais do futebol de rua impedem o envolvimento das pessoas e o caráter prazeroso desta prática.
C) O futebol de rua expressa a possibilidade de autoria das pessoas para a prática de esporte e de lazer.
D) O futebol de rua é necessariamente um futebol de menor valor e importância em relação ao futebol oficial.
E) A ausência de regras formalizadas no futebol de rua faz com que o jogo seja desonesto em comparação com o futebol oficial.

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cód. #4482

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Disponível em: http://blog.planalto.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012.
Anúncios publicitários geralmente fazem uso de elementos verbais e não verbais. Nessa peça publicitária, a imagem, que simula um manual, e o texto verbal, que faz uso de uma variedade de língua específica, combinados, pretendem

A) fazer a gradação de comportamentos e de atitudes em termos da gravidade de efeitos da bebida alcoólica.
B)

aconselhar o leitor da peça publicitária a não “pegar” a namorada do amigo para o “bicho não pegar”.


C) promover a mudança de comportamento dos jovens em relação ao consumo do álcool e à direção.
D) demonstrar que a viagem de ônibus ou de táxi é mais segura, independentemente do consumo de álcool.
E) incentivar a prática da carona em carros de motoristas do sexo feminino.

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cód. #4483

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Os esportes podem ser classificados levando-se em consideração diversos critérios, como a quantidade de competidores, a relação com os companheiros de equipe, a interação com o adversário, o ambiente, o desempenho comparado e os objetivos táticos da ação. Os chamados esportes de invasão ou territoriais são aqueles nos quais os competidores entram no setor defendido pelo adversário, objetivando atingir a meta contrária para pontuar, além de se preocupar em proteger simultaneamente a sua própria meta.
GONZALEZ, F. J. Revista Digital, Buenos Aires, n. 71, abr. 2004 (adaptado)
São exemplos de esportes de invasão ou territoriais:

A) Handebol, basquetebol, futebol e voleibol.
B) Rúgbi, futsal, natação e futebol americano.
C) Tênis de mesa, vôlei de praia, badminton e futevôlei.
D) Basquetebol, handebol, futebol e futsal.
E) Ginástica olímpica, beisebol, judô e tae kwon do

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cód. #4484

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O veneno do bem
Imagine que você cortou o rosto e, em vez de dar pontos, o seu médico passa uma supercola feita de sangue de boi e veneno de cascavel. Isso pode mesmo acontecer. Mas não se assuste. A história moderna das serpentes não tem nada a ver com o medo ancestral que inspiram. Para a ciência, elas guardam produtos utilíssimos nas glândulas letais. O mais recente é uma cola de pele genuinamente brasileira, que, segundo os testes já feitos, dá uma cicatrização perfeita. A descoberta pertence à equipe do professor Benedito Barraviera, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. E não é a primeira feita no Brasil. Nos anos 1960, o médico Sérgio Ferreira, atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, descobriu na jararaca uma molécula que em 1977 virou remédio contra a hipertensão.
Disponível em: www.super.abril.com.br. Acesso em: 2 mar. 2012 (fragmento)
Nos diferentes textos, pode-se inferir, entre outras informações, quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo. No trecho, para aproximar-se do interlocutor, o autor

A) emprega uma linguagem técnica de domínio do leitor.
B) enfatiza informações importantes para a vida do leitor.
C) introduz o tema antecipando possíveis reações do leitor.
D) explora um tema sobre o qual o leitor tem reconhecido interesse.
E) apresenta ao leitor, de forma minuciosa, a descoberta dos médicos.

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