Questões de Português do ENEM

Questões de Português retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM

cód. #4851

INEP - Português - 2016 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Baião é um ritmo popular da Região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado “baiano”, cujo nome é corruptela. Nasceu sob a influência do cantochão, canto litúrgico da Igreja Católica praticado pelos missionários, e tornou-se expressiva forma modificada pela inconsciente influência de manifestações locais. Um dos grandes sucessos veio com a música homônima, Baião (1946), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

CASCUDO, C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998 (adaptado).


Os elementos regionais que influenciaram culturalmente o baião aparecem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra

A)



B)



C)



D)



E)



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cód. #4852

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Ao acompanharmos a história do telefone, verificamos que esse meio está se mostrando capaz de reunir em seu conteúdo uma quantidade cada vez maior de outros meios - envio de e-mails, recebimento de notícias, música através de rádio e mensagens de texto. Esta última função vem servindo como suporte para uma nova forma de sociabilidade, o fenômeno do flash mob - mobilizações relâmpago, que têm como característica principal realizar uma encenação em algum ponto da cidade.

PAMPANELLI, G. A. A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o flash mob. Disponível em: www.razonypalabra.org.mx. Acesso em: 1 jun. 2015 (adaptado).


De acordo com o texto, a evolução das tecnologias de comunicação repercute na vida social, revelando que

A) o acúmulo de informações promove a sociabilidade.
B) as mudanças sociais demandam avanços tecnológicos.
C) o crescimento tecnológico acarreta mobilizações das grandes massas.
D) a articulação entre meios tecnológicos pressupõe desenvolvimento social.
E) a apropriação das tecnologias pela sociedade possibilita ações inovadoras.

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cód. #4853

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Parestesia não, formigamento


Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no Brasil

Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a tradução do jargão farmacêutico para a língua portuguesa - aquela falada em todo o Brasil - e a regulamentação do uso de medicamentos no país, cinco anos depois, o Brasil começou a sair das trevas.

O grupo comandado por uma doutora em Linguística da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também, “A redação de bulas para o paciente: um guia com os princípios de redação clara, concisa e acessível para o leitor de bulas”, disponível em versão adaptada no site da Anvisa. Diferentemente do que acontece com outros gêneros, na bula não há espaço para inovações de estilo. “O uso de fórmulas repetitivas é bem-vindo, dá força institucional ao texto”, explica a doutora. “A bula não pode abrir possibilidades de interpretações ao seu leitor”.

Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serventia genérica - quem lida com qualquer tipo de escrita pode se beneficiar de seus ensinamentos. A regra 12, por exemplo, manda abolir a linguagem técnica, fonte de possível constrangimento para quem não a compreende, e recomenda: “Não irrite o leitor.” A regra 14 prega um tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: “Não faça o leitor perder tempo”.

Disponível em: revistapiaui.estadao.com.br. Acesso em: 24jul. 2012 (adaptado).


As bulas de remédio têm caráter instrucional e complementam as orientações médicas. No contexto de mudanças apresentado, a principal característica que marca sua nova linguagem é o(a)

A) possibilidade de inclusão de neologismo.
B) refinamento da linguagem farmacêutica.
C) adequação ao leitor não especializado.
D) detalhamento de informações.
E) informalidade do registro.

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cód. #4854

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Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde pastam ou ruminam outros mil e mais bois. Mas os vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão movediça há giros estranhos, que não os deslocamentos normais do gado em marcha - quando sempre alguns disputam a colocação na vanguarda, outros procuram o centro, e muitos se deixam levar, empurrados, sobrenadando quase, com os mais fracos rolando para os lados e os mais pesados tardando para trás, no coice da procissão.

— Eh, boi lá!... Eh-ê-ê-eh, boi!... Tou! Tou! Tou...

As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos e guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...

“Um boi preto, um boi pintado,

cada um tem sua cor.

Cada coração um jeito

de mostrar seu amor”.

Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito...

Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...

ROSA, J. G. O burrinho pedrês. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968.


Próximo do homem e do sertão mineiros, Guimarães Rosa criou um estilo que ressignifica esses elementos. O fragmento expressa a peculiaridade desse estilo narrativo, pois

A) demonstra a preocupação do narrador com a verossimilhança.
B) revela aspectos de confluência entre as vozes e os sons da natureza.
C) recorre à personificação dos animais como principal recurso estilístico.
D) produz um efeito de legitimidade atrelada à reprodução da linguagem regional.
E) expressa o fluir do rebanho e dos peões por meio de recursos sonoros e lexicais.

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cód. #4855

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O cartum Miopia, de Chen Fang, foi apresentado em 2011 na quarta mostra Ecocartoon, que teve como tema a educação ambiental. Seu título e os elementos visuais fazem referência ao exame oftalmológico e a um tipo específico de dificuldade visual. Com o uso metafórico da miopia e a exploração de características da imagem, o cartum

A) evidencia o papel secundário que animais e plantas desempenham no processo de produção de riquezas.
B) expõe o alto custo para a manutenção da vida tanto dos seres humanos como de animais e plantas.
C) denuncia a hierarquia de valores que supervaloriza o dinheiro em detrimento dos seres vivos.
D) revela o distanciamento entre o homem e a natureza, resultante das atividades econômicas.
E) questiona o antagonismo entre homens e mulheres, motivado por questões econômicas.

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cód. #4856

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A mulher entra no quarto do filho decidida a ter uma conversa séria. De novo, as respostas dele à interpretação do texto na prova sugerem uma grande dificuldade de ler. Dispersão pode ser uma resposta para parte do problema. A extensão do texto pode ser outra, mas nesta ela não vai tocar porque também é professora e não vai lhe dar desculpas para ir mal na escola. Preguiça de ler parece outra forma de lidar com a extensão do texto. Ele está, de novo, no computador, jogando. Levanta os olhos com aquele ar de quem pode jogar e conversar ao mesmo tempo. A mãe lhe pede que interrompa o jogo e ele pede à mãe “só um instante para salvar”. Curiosa, ela olha para a tela e espanta-se com o jogo em japonês. Pergunta-lhe como consegue entender o texto para jogar. Ele lhe fala de alguma coisa parecida com uma “lógica de jogo” e sobre algumas tentativas com os ícones. Diz ainda que conhece a base da história e que, assim, mesmo em japonês, tudo faz sentido. Aquela conversa acabou sendo adiada. A mãe-professora, capturada por outros sentidos de leitura, não se sentia pronta naquele momento. Consciente, suspende a ação.

BARRETO, R. G. Formação de professores, tecnologias e linguagens: mapeando velhos e novos (des)encontros. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).


A reação da mãe-professora frente às habilidades da “geração digital” contemporânea reflete o desafio que se tem enfrentado de

A) aplicar as mesmas formas de ler textos impressos a textos digitais.
B) interpretar as várias informações na leitura de textos em multimídia.
C) lidar com as novas práticas de leitura que emergem com a tecnologia.
D) superar as dificuldades de leitura geradas pelos jogos de computadores.
E) trabalhar a dificuldade de leitura usando as tecnologias como ferramentas.

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cód. #4857

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No texto, a diversidade linguística é apresentada pela ótica de um observador que entra em contato com uma comunidade linguística diferente da sua. Esse observador é um

A) falante do português brasileiro relatando o seu contato na Europa com o português lusitano.
B) imigrante em Lisboa com domínio dos registros formal e informal do português europeu.
C) turista europeu com domínio de duas variedades do português em visita a Lisboa.
D) português com domínio da variedade coloquial da língua falada no Brasil.
E) poeta brasileiro defensor do uso padrão da língua falada em Portugal.

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cód. #4858

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Um cachorro cor de carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca enrolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa de madeira pré-moldada. Acena para a velhinha marrom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em formação do mar para o continente como um exército em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passando em frente a um predinho do século dezoito com paredes brancas descascadas ejanelas recém-pintadas de azul-cobalto.

GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.


Adescrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. O fragmento do romance caracteriza-se como uma descrição subjetiva porque

A) constrói sequências temporais pelo emprego de expressões adverbiais.
B) apresenta frases curtas, de ordem direta, com elementos enumerativos.
C) recorre a substantivos concretos para representar um ambiente estático.
D) cria uma ambiência própria por meio de nomes e verbos metaforizados.
E) prioriza construções oracionais de valor semântico de oposição.

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cód. #4859

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A peça publicitária, em pauta, busca promover uma conscientização social. Pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados pelo autor, o texto

A) opõe a fragilidade da criança aos desmandos dos adultos.
B) elenca as causas da existência do trabalho infantil no Brasil.
C) detalha as iniciativas governamentais de solução do problema abordado.
D) divulga ações institucionais locais para o enfrentamento de um problema nacional.
E) ressalta a responsabilidade das famílias na proteção das crianças e dos adolescentes.

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cód. #4860

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Um menino aprende a ler


Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar “es-to-ma-go”, pronunciei “estomágo”. Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: “Gilberto!”. Estremeci. “Estomágo? Leia de novo, soletre”. Soletrei, repeti: “Estomágo”. Foi o diabo.

Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam “estambo”. “Estou com uma dor na boca do estambo...”, “Meu estambo está tinindo...”. Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.

AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.


No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela-se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:

A) “O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO”.
B) “'Gilberto!’. Estremeci. 'Estomágo? Leia de novo, soletre’. Soletrei, repeti: 'Estomágo’”.
C) “Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário”.
D) “Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago”.
E) “A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam 'estambo’”.

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