Questões de Português retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
A verdade sobre o envelhecimento das populações
Tem se tornado popular produzir grandes projeções de redução de prosperidade baseada no envelhecimento demográfico. Mas será que isso é realmente um problema?
A média de idade nos Estados Unidos é atualmente de 36 anos. Na Etiópia, a média é de 18 anos. O país com maior número de idosos é a Alemanha, onde a média de idade é de 45 anos. Países em que a população mais jovem domina são mais pobres, e aqueles com a população dominante mais idosa são mais ricos. Então por que temer o envelhecimento da população?
Existem pelo menos duas razões. A primeira é psicológica: em analogia ao envelhecimento das pessoas, sugere que, à medida que as populações envelhecem, tornam-se mais fracas e perdem acuidade mental. A segunda decorre dos economistas e de um indicador conhecido como razão de dependência, que pressupõe que todos os adultos com menos de 65 anos contribuem para a sociedade, e todos com mais de 65 anos são um peso. E a proporção de pessoas com mais de 65 anos tende a aumentar.
LUTZ, W. Azul Magazine, ago. 2017 (adaptado).
A) levantamento das causas do envelhecimento das populações.
B) análise dos dados demográficos de diferentes países do mundo.
C) comparação entre a idade da população economicamente ativa no mundo.
D) questionamento sobre o impacto negativo do envelhecimento da população.
E) alerta aos economistas sobre as contribuições da população abaixo dos 65 anos.
O Globo, 12 fev. 2012 (adaptado).
Considerando-se os contextos de uso de “Todas chora”, essa expressão é um exemplo de variante linguística
A) típica de pessoas despreocupadas em seguir as regras de escrita.
B) usada como recurso para atrair a atenção de interlocutores e consumidores.
C) transposta de situações de interação típicas de ambientes rurais do interior do Brasil.
D) incompatível com ambientes frequentados por usuários da norma-padrão da língua.
E) condenável em produtos voltados para uma clientela exigente e interessada em novidades.
De acordo com alguns estudos, uma inovação do português brasileiro é o R caipira, às vezes tão intenso que parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.
Associar o R caipira apenas ao interior paulista é uma imprecisão geográfica e histórica, embora o R tenha sido uma das marcas do estilo matuto do ator Mazzaropi em 32 filmes. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas em busca de ouro, os linguistas encontraram o R supostamente típico de São Paulo em cidades de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, formando um modo de falar similar ao português do século XVIII.
Quem tiver paciência e ouvido apurado poderá encontrar também na região central do Brasil o S chiado, uma característica típica do falar carioca que veio com os portugueses em 1808 e era um sinal de prestígio por representar o falar da Corte.
A história da língua portuguesa no Brasil está revelando as características preservadas do português, como a troca do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. Camões registrou essa troca em Os Lusíadas — lá está um frautas no lugar de flautas —, e o cantor e compositor paulista Adoniran Barbosa a deixou registrada em frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao Álvaro.
FIORAVANTI, C. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
A) relevância da fala de prestígio na época da Corte portuguesa.
B) inovação do português brasileiro sem equivalente em Portugal.
C) razões históricas do preconceito sobre a fala regional no Brasil.
D) importância do estudo, da preservação e do respeito à língua falada no Brasil.
E) variedade de uso da língua, característica da literatura e da música brasileiras.
A) exercitação física, promovendo a saúde.
B) vivência de exercícios físicos sistemáticos.
C) envolvimento com atividades físicas ao longo da vida.
D) jogo por meio de comandos fornecidos pelo videogame.
E) disputa entre jogadores, contribuindo para o individualismo.
A) situação social de enunciação representada.
B) divergência teórica entre gramáticos e literatos.
C) pouca representatividade das línguas indígenas.
D) atitude irônica diante da língua dos colonizadores.
E) tentativa de solicitação do documento demandado.
A) sujeição moral amplificada pela pobreza.
B) crise econômica em expansão nas cidades.
C) falta de diálogo entre patrões e empregados.
D) perspicácia marcada pela formação intelectual.
E) tensão politica gerada pelas ideologias vigentes.
A) remete a um momento futuro.
B) promove a união dos cidadãos.
C) valoriza os seus elementos.
D) emprega termos religiosos.
E) recorre à sua história.
Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,
Irerê, meu companheiro,
Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Prá alembrá o Cariri!
VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito violoncelos (1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr. 2019.
Nesses versos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em uma ambientação linguisticamente apoiada no(a)
A) uso recorrente de pronomes.
B) variedade popular da língua portuguesa.
C) referência ao conjunto da fauna nordestina.
D) exploração de instrumentos musicais eruditos.
E) predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.
Toca a sirene na fábrica,
e o apito como um chicote
bate na manhã nascente
e bate na tua cama
no sono da madrugada.
Ternuras da áspera lona
pelo corpo adolescente.
É o trabalho que te chama.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira
teu filho de mãe solteira.
Levas ao lado a marmita,
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
De tudo quanto ele pede
dás só bom-dia ao patrão,
e recomeças a luta
na engrenagem da fiação.
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais
A) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.
B) auxilia na caracterização física do personagem principal.
C) acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.
D) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.
E) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.
O texto tem o formato de uma carta de jogo e apresenta dados a respeito de Marcelo Gleiser, premiado pesquisador brasileiro da atualidade. Essa apresentação subverte um gênero textual ao
A) vincular áreas distintas do conhecimento.
B) evidenciar a formação acadêmica do pesquisador.
C) relacionar o universo lúdico a informações biográficas.
D) especificar as contribuições mais conhecidas do pesquisador.
E) destacar o nome do pesquisador e sua imagem no início do texto.
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