Questões de Literatura retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
Cena
O canivete voou
E o negro comprado na cadeia
Estatelou de costas
E bateu coa cabeça na pedra
ANDRADE, O. Pau-brasil. São Paulo: Globo, 2001.
O Modernismo representou uma ruptura com os padrões formais e temáticos até então vigentes na literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que caracteriza o poema Cena como modernista é o(a)
A) construção linguística por meio de neologismo.
B) estabelecimento de um campo semântico inusitado.
C) configuração de um sentimentalismo conciso e irônico.
D) subversão de lugares-comuns tradicionais.
E) uso da técnica de montagem de imagens justapostas.
A) transformação da cultura brasileira.
B) religiosidade do povo brasileiro.
C) abertura do Brasil para a democracia.
D) importância comercial do Brasil.
E) autorreferência do povo como brasileiro.
A) amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico.
B) saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã.
C) construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica.
D) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir.
E) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante.
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem
de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz
por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia
uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Manoel de Barros desenvolve uma poética singular, marcada por “narrativas alegóricas”, que transparecem nas imagens construídas ao longo do texto. No poema, essa característica aparece representada pelo uso do recurso de
A) resgate de uma imagem da infância, com a cobra de vidro.
B) apropriação do universo poético pelo olhar objetivo.
C) transfiguração do rio em um vidro mole e cobra de vidro.
D) rejeição da imagem de vidro e de cobra no imaginário poético.
E) recorte de elementos como a casa e o rio no subconsciente.
A revolução estética brasiliense empurrou os designers de móveis dos anos 1950 e início dos 60 para o novo. Induzidos a abandonar o gosto rebuscado pelo colonial, a trocar Ouro Preto por Brasília, eles criaram um mobiliário contemporâneo que ainda hoje vemos nas lojas e nas salas de espera de consultórios e escritórios. Colada no uso de madeiras nobres, como o jacarandá e a peroba, e em materiais de revestimento como o couro e a palhinha, desenvolveu-se uma tendência feita de linhas retas e curvas suaves, nos moldes da capital no Cerrado.
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).
A reportagem e a fotografia apresentam os móveis elaborados pelo artista Sérgio Rodrigues, com um estilo que norteou o pensamento de uma geração, desafiando a arte a
A) evidenciar um novo conceito estético por meio de formas e texturas inovadoras.
B) adaptar os móveis de Brasília aos modelos das escolas europeias do início do século XX.
C) elaborar a decoração dos palácios da nova capital do Brasil com conceitos de linha e perspectiva.
D) projetar para os palácios e edifícios da nova capital do Brasil a beleza do mobiliário típico de Minas Gerais.
E) criar o mobiliário para a capital do país com base no luxo e na riqueza dos edifícios públicos brasileiros.
Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores, percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
Reclame
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
ótica olho vivo
agradece a preferência
CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006.
Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração, considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza
A) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso.
B) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária.
C) a construção do poema, em detrimento do conteúdo.
D) a experimentação formal dos neossimbolistas.
E) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica.
{TITLE}