Questões de História do ENEM

Questões de História retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM

cód. #4553

INEP - História - 2014 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências políticas no centro dirigente iam se definindo. Apareciam em germe os dois grandes partidos imperiais — o Conservador e o Liberal. Os conservadores reuniam magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, e os grandes comerciantes, entre os quais muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena classe média urbana, alguns padres e proprietários rurais de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.
No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão indicados, respectivamente, em:

A) Abolição da escravidão — Adoção do trabalho assalariado.
B) Difusão da industrialização — Conservação do latifúndio monocultor.
C) Promoção do protecionismo — Remoção das barreiras alfandegárias.
D) Preservação do unitarismo — Ampliação da descentralização provincial.
E) Implementação do republicanismo — Continuação da monarquia constitucional.

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cód. #4562

INEP - História - 2014 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Quando Deus confundiu as línguas na torre de Babel, ponderou Filo Hebreu que todos ficaram mudos e surdos, porque, ainda que todos falassem e todos ouvissem, nenhum entendia o outro. Na antiga Babel, houve setenta e duas línguas; na Babel do rio das Amazonas, já se conhecem mais de cento e cinquenta. E assim, quando lá chegamos, todos nós somos mudos e todos eles, surdos. Vede agora quanto estudo e quanto trabalho serão necessários para que esses mudos falem e esses surdos ouçam.
VIEIRA, A. Sermões pregados no Brasil. In: RODRIGUES, J. H. História viva. São Paulo: Global, 1985 (adaptado).
No decorrer da colonização portuguesa na América, as tentativas de resolução do problema apontado pelo padre Antônio Vieira resultaram na

A) ampliação da violência nas guerras intertribais.
B) desistência da evangelização dos povos nativos.
C) indiferença dos jesuítas em relação à diversidade de línguas americanas.
D) pressão da Metrópole pelo abandono da catequese nas regiões de difícil acesso.
E) sistematização das línguas nativas numa estrutura gramatical facilitadora da catequese.

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cód. #4563

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TEXTO I


O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. (José Murilo de Carvalho)


TEXTO II


Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com os territórios de Portugal e Brasil começou já no século XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)


1808 - O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. 2007(adaptado)


Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Nos textos, dois importantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um dos possíveis legados desse episódio para a história do país. O legado discutido e um argumento que sustenta a diferença do primeiro ponto de vista para o segundo estão associados, respectivamente, em:

A) Integridade territorial — Centralização da administração régia na Corte.
B) Desigualdade social — Concentração da propriedade fundiária no campo.
C) Homogeneidade intelectual — Difusão das idéias liberais nas universidades.
D) Uniformidade cultural — Manutenção da mentalidade escravista nas fazendas.
E) Continuidade espacial — Cooptação dos movimentos separatistas nas províncias.

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cód. #4565

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Passada a festa da abolição, os ex-escravos procuraram distanciar-se do passado de escravidão, negando-se a se comportar como antigos cativos. Em diversos engenhos do Nordeste, negaram-se a receber a ração diária e a trabalhar sem remuneração. Quando decidiram ficar, isso não significou que concordassem em se submeter às mesmas condições de trabalho do regime anterior.
FRAGA, W ; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo: Moderna, 2009 (adaptado).
Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da escravidão no Brasil tiveram como característica o(a)

A) caráter organizativo do movimento negro.
B) equiparação racial no mercado de trabalho.
C) busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
D) estabelecimento do salário mínimo por projeto legislativo.
E) entusiasmo com a extinção das péssimas condições de trabalho.

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cód. #4566

INEP - História - 2014 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam o que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes, selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo do século XIX.
REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 1999.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das

A) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
B) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
C) limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.
D) contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
E) ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.

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cód. #4569

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A mitologia comparada surge no século XVIII. Essa tendência influenciou o escritor cearense José de Alencar, que, inspirado pelo estilo da epopeia homérica na Ilíada, propõe em Iracema uma espécie de mito fundador do povo brasileiro. Assim como a Ilíada vincula a constituição do povo helênico à Guerra de Troia, deflagrada pelo romance proibido de Helena e Páris, Iracema vincula a formação do povo brasileiro aos conflitos entre índios e colonizadores, atravessados pelo amor proibido entre uma índia — Iracema — e o colonizador português Martim Soares Moreno.
DETIENNE, M. A invenção da mitologia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998 (adaptado).
A comparação estabelecida entre a Ilíada e Iracema demonstra que essas obras

A) combinam folclore e cultura erudita em seus estilos estéticos.
B) articulam resistência e opressão em seus gêneros literários.
C) associam história e mito em suas construções identitárias.
D) refletem pacifismo e belicismo em suas escolhas ideológicas.
E) traduzem revolta e conformismo em seus padrões alegóricos.

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cód. #4570

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TEXTO I




Abaporu. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 4ago. 2012.
TEXTO II


Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário tupi-guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico.


Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).


O movimento originado da obra Abaporu pretendia se apropriar

A) da cultura europeia, para originar algo brasileiro.
B) da arte clássica, para copiar o seu ideal de beleza.
C) do ideário republicano, para celebrar a modernidade.
D) das técnicas artísticas nativas, para consagrar sua tradição.
E) da herança colonial brasileira, para preservar sua identidade.

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cód. #4577

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Desde 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem registrado certos bem imateriais como patrimônio cultural do país. Entre as manifestações que já ganharam esse status está o ofício das baianas do acarajé. Enfatize-se: o ofício das baianas, não a receita do acarajé. Quando uma baiana prepara o acarajé, há uma série de códigos imperceptíveis para quem olha de fora. A cor da roupa, a amarra dos panos e os adereços mudam de acordo com o santo e com a hierarquia dela no candomblé. O Iphan conta que, registrando o ofício, "esse e outros mundos ligados ao preparo do acarajé podem ser descortinados". KAZ, R. A diferença entre o acarajé e o sanduíche de Bauru. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 13, out. 2006 (adaptado).
De acordo com o autor, o Iphan evidencia a necessidade de se protegerem certas manifestações históricas para que continuem existindo, destacando-se nesse caso a

A) mistura de tradições africanas, indígenas e portuguesas no preparo do alimento por parte das cozinheiras baianas.
B) relação com o sagrado no ato de preparar o alimento, sobressaindo-se o uso de símbolos e insignias pelas cozinheiras.
C) utilização de certos ingredientes que se mostram cada vez mais raros de encontrar, com as mudanças nos hábitos alimentares.
D) necessidade de preservação dos locais tradicionais de preparo do acarajé, ameaçados com as transformações urbanas no país.
E) importância de se treinarem as cozinheiras baianas a fim de resgatar o modo tradicional de preparo do acarajé, que remonta à escravidão.

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cód. #4579

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As relações do Estado brasileiro com o movimento operário e sindical, bem como as políticas públicas voltadas para as questões sociais durante o primeiro governo da Era Vargas (1930-1945), são temas amplamente estudados pela academia brasileira em seus vários aspectos. São também os temas mais lembrados pela sociedade quando se pensa no legado varguista. D'ARAÚJO, M. C. Estado, classe trabalhadora e políticas sociais. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
Durante o governo de Getúlio Vargas, foram desenvolvidas ações de cunho social, dentre as quais se destaca a

A) disseminação de organizações paramilitares inspiradas nos regimes fascistas europeus.
B) aprovação de normas que buscavam garantir a posse das terras aos pequenos agricultores.
C) criação de um conjunto de leis trabalhistas associadas ao controle das representações sindicais.
D) implementação de um sistema de previdência e seguridade para atender aos trabalhadores rurais.
E) implantação de associações civis como uma estratégia para aproximar as classes médias e o governo.

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cód. #4580

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No sistema democrático de Schumpeter, os únicos participantes plenos são os membros de elites políticas em partidos e em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não apenas altamente limitado, mas frequentemente retratado como uma intrusão indesejada no funcionamento tranquilo do processo "público" de tomada de decisões.

HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987.


O modelo de sistema democrático apresentado pelo texto pressupõe a

A) consolidação da racionalidade comunicativa.
B) adoção dos institutos do plebiscito e do referendo.
C) condução de debates entre cidadãos iguais e o Estado.
D) substituição da dinâmica representativa pela cívico-participativa.
E) deliberação dos líderes políticos com restrição da participação das massas.

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