Questões de Geografia retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
O parlamento britânico aprovou uma lei, em 1835, cujo objetivo era regular o tráfego crescente nas principais vias no interior da Inglaterra, uma espécie de “código rodoviário”. A lei de 1835 estabeleceu a velocidade máxima de 4 milhas por hora para veículos autopropulsionados. As regras foram revistas pelo parlamento em 1896, quando foi aumentada a velocidade máxima para 10 milhas. Em 1903, novamente elevou-se o limite de velocidade para 20 milhas por hora. Em 1930, aboliu-se o limite de velocidade para carros e motos.
ELIAS, N. Tecnização e civilização. In: ELIAS, N. Escritos e ensaios. Rio de Janeiro: Zahar, 2006 (adaptado).
O processo descrito alude à necessidade de atualização da legislação conforme
A) as transformações tecnológicas.
B) a renovação do congresso.
C) os interesses políticos.
D) o modo de produção.
E) a opinião pública.
Temos vivido, como nação, atormentados pelos males modernos e pelos males do passado, pelo velho e pelo novo, sem termos podido conhecer uma história de rupturas revolucionárias. Não que não tenhamos nos modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não eliminamos relações, estruturas e procedimentos contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização tem sido conservadora.
NOGUEIRA, M. As possibilidades da política: ideias para a reforma democrática do Estado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
O texto apresenta uma análise recorrente sobre o processo de modernização do Brasil na segunda metade do século XX. De acordo com a análise, uma característica desse processo reside na(s)
A) uniformização técnica dos espaços de produção
B) construção municipalista do regime representativo.
C) organização estadual das agremiações partidárias.
D) limitações políticas no estabelecimento de reformas sociais.
E) restrições financeiras no encaminhamento das demandas ruralistas.
A manutenção da produtividade de grãos por hectare tem sido obtida, entre outros, graças ao aumento do uso de fertilizantes. Contudo, a incapacidade de regeneração do solo no longo prazo mostra que, mesmo aumentando o uso de fertilizantes, não é possível alcançar a mesma produtividade por hectare.
PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
No contexto descrito, uma estratégia que tem sido utilizada para a manutenção dos níveis de produtividade é o(a)
A) elevação do valor final do produto.
B) adoção de políticas de subvenção.
C) ampliação do modelo monocultor.
D) investimento no uso da biotecnologia.
E) crescimento da mão de obra empregada.
No planejamento das ações governamentais, a segunda forma de regionalização apresenta a vantagem de
A) respeitar a divisão político-administrativa.
B) reconhecer as desigualdades sociais.
C) considerar as identidades culturais.
D) valorizar a dinâmica econômica.
E) incorporar os critérios naturais.
A antiga Cidade Livre foi idealizada por Bernardo Sayão, em 1956, para ser um centro comercial e recreativo para os trabalhadores de Brasília. Ganhou esse nome porque lá era permitido não só residir como também negociar, com isenção de tributação. A perspectiva era de que a cidade desaparecesse com a inauguração de Brasília. Com isso, os lotes não foram vendidos, mas emprestados em forma de comodato àqueles interessados em estabelecer residência ou comércio. A partir de 1960, os contratos de comodato foram cancelados e os comerciantes, transferidos para a Asa Norte. Os terrenos desocupados foram invadidos por famílias de baixa renda. Em 1961, o governo, pressionado pelo movimento popular, cria oficialmente a cidade com o nome de Núcleo Bandeirante.
CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em Brasília. Revista Brasileira de História, n. 47, 2004 (adaptado).
Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade social comum nas cidades brasileiras associada à dificuldade de ter acesso
A) às áreas com lazer gratuito.
B) ao mercado imobiliário formal.
C) ao transporte público eficiente.
D) aos reservatórios com água potável.
E) ao emprego com carteira assinada.
Os objetivos da ONU, de acordo com o disposto no capítulo primeiro de sua Carta, são quatro: 1) manter a paz e segurança internacionais; 2) desenvolver ações amistosas entre as nações, com base no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos; 3) conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário; 4) ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns.
GONÇALVES, W. Relações internacionais. Rio de Janeiro: Zahar, 2008 (adaptado).
De acordo com os objetivos descritos, o papel do organismo internacional mencionado consiste em
A) regular o sistema financeiro global
B) mediar conflitos de ordem geopolítica.
C) legitimar ações de expansionismo territorial.
D) promover a padronização de hábitos de consumo.
E) estabelecer barreiras à circulação de mercadorias.
A evolução da pirâmide etária apresentada indica a seguinte tendência:
A) Crescimento da faixa juvenil.
B) Aumento da expectativa de vida.
C) Elevação da taxa de fecundidade.
D) Predomínio da população masculina.
E) Expansão do índice de mortalidade.
O Morro do Vidigal é um clássico do Rio de Janeiro. A vista dá para Ipanema e a favela é pequena e relativamente segura. Aos poucos, casas de um padrão mais alto estão sendo construídas. Artistas plásticos e gringos compraram imóveis ali. Os moradores recebem propostas atraentes e se mudam. Não são propostas milionárias. Apenas o suficiente para se transferirem para um lugar mais longe e um pouco melhor. Os novos habitantes, aos poucos, impõem uma nova rotina e uma nova cara.
NOGUEIRA, K. O que é gentrificação e por que ela está gerando tanto barulho no Brasil. Disponível em: www.diariodocentrodomundo.com.br. Acesso em: 7 jul. 2015 (adaptado).
O texto discute um processo em curso em várias cidades brasileiras. Uma consequência socioespacial desse processo é a
A) expansão horizontal da área local.
B) expulsão velada da população pobre.
C) alocação imprópria de recursos públicos.
D) privatização indevida do território urbano.
E) remoção forçada de residências irregulares.
Na África, os europeus morriam como moscas; aqui eram os índios que morriam: agentes patogênicos da varíola, do sarampo, da coqueluche, da catapora, do tifo, da difteria, da gripe, da peste bubônica, e possivelmente da malária, provocaram no Novo Mundo o que Dobyns chamou de “um dos maiores cataclismos biológicos do mundo”. No entanto, é importante enfatizar que a falta de imunidade, devido ao seu isolamento, não basta para explicar a mortandade, mesmo quando ela foi de origem patogênica.
CUNHA, M. C. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
Uma ação empreendida pelos colonizadores que contribuiu para o desastre mencionado foi o(a)
A) desqualificação do trabalho das populações nativas.
B) abertura do mercado da colônia às outras nações.
C) interdição de Portugal aos saberes autóctones.
D) incentivo da metrópole à emigração feminina.
E) estímulo dos europeus às guerras intertribais.
Os antigos filósofos, observando o grande volume de água de rios como o Nilo, Reno e outros, imaginavam que as chuvas eram insuficientes para alimentar tão consideráveis massas de água. Foi no século XVIII que Pierre Pernault mediu a quantidade de chuva durante três anos na cabeceira do rio Sena. Também mediu o volume de água do referido rio e chegou à conclusão de que apenas a sexta parte se escoava e o restante era evaporado.
LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989 (adaptado).
A investigação feita por Pierre Pernault contribuiu diretamente para a explicação científica sobre
A) intemperismo químico.
B) rede de drenagem.
C) degelo de altitude.
D) erosão pluvial.
E) ciclo hidrológico.
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