Questões de Filosofia retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
A) manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.
B) abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
C) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
D) concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
E) renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.
A) povo.
B) Estado.
C) governo.
D) indivíduo.
E) magistrado.
A) excelência de atividades praticadas em consonância com o bem comum.
B) concretização utilitária de ações que revelam a manifestação de propósitos privados.
C) concordância das ações humanas aos preceitos emanados da divindade.
D) realização de ações que permitem a configuração da paz interior.
E) manifestação de ações estéticas, coroadas de adorno e beleza.
Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da verdade extraída dos fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e principados jamais vistos ou conhecidos como tendo realmente existido.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em: www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr. 2013.
A partir do texto, é possível perceber a crítica maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois há nesta a
A) elaboração de um ordenamento político com fundamento na bondade infinita de Deus.
B) explicitação dos acontecimentos políticos do período clássico de forma imparcial.
C) utilização da oratória política como meio de convencer os oponentes na ágora.
D) investigação das constituições políticas de Atenas pelo método indutivo.
E) idealização de um mundo político perfeito existente no mundo das ideias.
O termo injusto se aplica tanto às pessoas que infringem a lei quanto às pessoas ambiciosas (no sentido de quererem mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas, de tal forma que as cumpridoras da lei e as pessoas corretas serão justas. O justo, então, é aquilo conforme à lei e o injusto é o ilegal e iníquo.
ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural: 1996 (adaptado).
Segundo Aristóteles, pode-se reconhecer uma ação justa quando ela observa o
A) compromisso com os movimentos desvinculados da legalidade.
B) benefício para o maior número possível de indivíduos.
C) interesse para a classe social do agente da ação.
D) fundamento na categoria de progresso histórico.
E) princípio de dar a cada um o que lhe é devido.
A substância é um Ser capaz de Ação. Ela é simples ou composta. A substância simples é aquela que não tem partes. O composto é a reunião das substâncias simples ou Mônadas. Monas é uma palavra grega que significa unidade ou o que é uno. Os compostos ou os corpos são Multiplicidades, e as Substâncias simples, as Vidas, as Almas, os Espíritos são unidades. É preciso que em toda parte haja substâncias simples porque sem as simples não haveria as compostas, nem movimento. Por conseguinte, toda natureza está plena de vida.
LEIBNIZ, G. W. Discurso de metafísicas e outros textos. São Paulo: Matins Fontes, 2004 (adaptado).
Dentre suas diversas reflexões, Leibniz voltou sua atenção para o tema da metafísica, que trata basicamente do fundamento de realidade das coisas do mundo. A busca por esse fundamento muitas vezes é resumida a partir do conceito de substância, que para ele se refere a algo que é
A) complexo por natureza, constituindo a unidade mínima do cosmo.
B) estabilizador da realidade, dada a exigência de permanência desta.
C) desdobrado no composto, em vez de gerá-lo unindose a outras substâncias simples.
D) considerado simples e múltiplo a um só tempo, por ser um todo indecomponível constituído de partes.
E) essencial na estrutura do que existe no mundo, sem deixar de contribuir para o movimento.
TEXTO I
O Heliocentrismo não é o “meu sistema”, mas a Ordem de Deus.
COPÉRNICO, N. As revoluções dos orbes celestes [1543]. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.
TEXTO II
Não vejo nenhum motivo para que as ideias expostas neste livro (A origem das espécies) se choquem com as ideias religiosas.
DARWIN, C. A origem das espécies [1859]. São Paulo: Escala, 2009.
Os textos expressam a visão de dois pensadores — Copérnico e Darwin — sobre a questão religiosa e suas relações com a ciência, no contexto histórico de construção e consolidação da Modernidade. A comparação entre essas visões expressa, respectivamente:
A) Articulação entre ciência e fé — pensamento científico independente.
B) Poder secular acima do poder religioso — defesa dos dogmas católicos.
C) Ciência como área autônoma do saber — razão humana submetida à fé.
D) Moral católica acima da protestante — subordinação da ciência à religião.
E) Autonomia do pensamento religioso — fomento à fé por meio da ciência.
O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade. Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que 1 + 1 seja diferente de 2.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos
A) acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana.
B) ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático.
C) propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis.
D) devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas.
E) exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato.
Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações? Ou será a deliberação impossível no que tange a algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais como a ordem do universo; tampouco sobre coisas mutáveis como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol, pois nenhuma delas pode ser produzida por nossa ação.
ARISTÓTELES. Ética a Nicôm aco. São Paulo: Edipro, 2007 (adaptado).
O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre
A) coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os acontecimentos da natureza.
B) ações humanas, ciente da influência e da determinação dos astros sobre as mesmas.
C) fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle.
D) fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela.
E) coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso.
Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
A) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade.
B) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas.
C) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.
D) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade.
E) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.
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