Questões de Filosofia retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se realizará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê esse ato livre com antecedência.
SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).
Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma
A) natureza condicionada.
B) competência absoluta.
C) aplicação subsidiária.
D) utilização facultativa.
E) autonomia irrestrita.
Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está associada à
A) aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.
B) moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.
C) contemplação da physis como fonte de conhecimento.
D) satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
E) persecução da verdade como forma de agir corretamente.
Princípios práticos são subjetivos, ou máximas, quando a condição é considerada pelo sujeito como verdadeira só para a sua vontade; são, por outro lado, objetivos, quando a condição é válida para a vontade de todo ser natural.
KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 2008.
A concepção ética presente no texto defende a
A) universalidade do dever.
B) maximização da utilidade.
C) aprovação pelo sentimento.
D) identificação da justa medida.
E) obediência à determinação divina.
Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.
HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
A) ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência.
B) relativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas.
C) ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude.
D) ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais.
E) religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.
A) internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.
B) aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.
C) aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.
D) assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.
E) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.
A) No sistema monástico, pela valorização da religião.
B) Na existência em comunidade, pela comunhão de valores.
C) No modelo de autogestão, pela emancipação do sujeito.
D) No estado de natureza, pelo exercício da liberdade.
E) Na vida em sociedade, pela abundância de bens.
A) Crise do sujeito.
B) Relativismo ético.
C) Virada linguística.
D) Teoria da referência.
E) Crítica à tecnociência.
A) identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
B) observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
C) analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
D) estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
E) investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.
Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o que é morto seca, e todos os germes são úmidos, e todo alimento é cheio de suco; ora, é natural que cada coisa se nutra daquilo de que provém.
SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos.
São Paulo: Cultrix, 1993.
O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é característico do pensamento pré-socrático ao apresentar uma
A) abordagem epistemológica sobre o lógos e a fundamentação da metafísica.
B) teoria crítica sobre a essência e o método do conhecimento científico.
C) justificação religiosa sobre a existência e as contradições humanas.
D) elaboração poética sobre os mitos e as narrativas cosmogônicas.
E) explicação racional sobre a origem e a transformação da physis.
A) superação de entraves dialógicos.
B) organização de uma sociedade justa.
C) formação de um saber enciclopédico.
D) promoção da igualdade dos cidadãos.
E) consolidação de uma democracia direta.
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