Questões de Filosofia do ENEM

Questões de Filosofia retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM

cód. #75299

INEP - Filosofia - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital

Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futuros, entretanto, nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se realizará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê esse ato livre com antecedência.


SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).


Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma

A) natureza condicionada.

B) competência absoluta.

C) aplicação subsidiária.

D) utilização facultativa.

E) autonomia irrestrita.

A B C D E

cód. #75311

INEP - Filosofia - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital

Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes.


XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.


Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está associada à

A) aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.

B) moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.

C) contemplação da physis como fonte de conhecimento.

D) satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.

E) persecução da verdade como forma de agir corretamente.

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cód. #75313

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Princípios práticos são subjetivos, ou máximas, quando a condição é considerada pelo sujeito como verdadeira só para a sua vontade; são, por outro lado, objetivos, quando a condição é válida para a vontade de todo ser natural.


KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 2008.


A concepção ética presente no texto defende a

A) universalidade do dever.

B) maximização da utilidade.

C) aprovação pelo sentimento.

D) identificação da justa medida.

E) obediência à determinação divina.

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cód. #75317

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Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.


HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).


O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)

A) ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência.

B) relativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas.

C) ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude.

D) ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais.

E) religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.

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cód. #75329

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O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introduzir uma restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair da mísera condição de guerra que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens, como o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visível capaz de mantê-los em respeito, forçandoos, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito às leis, que são contrárias a nossas paixões naturais.
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano

A) internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.

B) aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.

C) aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.

D) assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.

E) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.

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cód. #75110

INEP - Filosofia - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos. Não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se reconhecerem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção, poupava-lhes muitos vícios.
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).
No presente excerto, o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) exalta uma condição que teria sido vivenciada pelo homem em qual situação?

A) No sistema monástico, pela valorização da religião.

B) Na existência em comunidade, pela comunhão de valores.

C) No modelo de autogestão, pela emancipação do sujeito.

D) No estado de natureza, pelo exercício da liberdade.

E) Na vida em sociedade, pela abundância de bens.

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cód. #75126

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A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um conceito completamente novo para o filósofo que não cochila em pé. A velha questão do próprio homem continua por ser inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciências do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em relação a todos os traços que a metafísica reservou ao homem e que nenhum deles resiste à análise.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do pensamento filosófico contemporâneo:

A) Crise do sujeito.

B) Relativismo ético.

C) Virada linguística.

D) Teoria da referência.

E) Crítica à tecnociência.

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cód. #75142

INEP - Filosofia - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo

A) identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.

B) observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.

C) analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.

D) estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.

E) investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.

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cód. #75145

INEP - Filosofia - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o que é morto seca, e todos os germes são úmidos, e todo alimento é cheio de suco; ora, é natural que cada coisa se nutra daquilo de que provém.


SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos.

São Paulo: Cultrix, 1993.


O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é característico do pensamento pré-socrático ao apresentar uma

A) abordagem epistemológica sobre o lógos e a fundamentação da metafísica.

B) teoria crítica sobre a essência e o método do conhecimento científico.

C) justificação religiosa sobre a existência e as contradições humanas.

D) elaboração poética sobre os mitos e as narrativas cosmogônicas.

E) explicação racional sobre a origem e a transformação da physis.

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cód. #75147

INEP - Filosofia - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a

A) superação de entraves dialógicos.

B) organização de uma sociedade justa.

C) formação de um saber enciclopédico.

D) promoção da igualdade dos cidadãos.

E) consolidação de uma democracia direta.

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