O SERVIDOR — Diziam se filho do rei... ÉDIPO — Foi ela quem te entregou a criança? O SERVIDOR — Foi ela, Senhor. ÉDIPO — Com que intenção? O...
[...] O SERVIDOR — Diziam se filho do rei...
ÉDIPO — Foi ela quem te entregou a criança?
O SERVIDOR — Foi ela, Senhor.
ÉDIPO — Com que intenção?
O SERVIDOR — Para que eu a matasse.
ÉDIPO — Uma mãe! Mulher desgraçada!
O SERVIDOR — Ela tinha medo de um oráculo dos deuses.
ÉDIPO — O que ele anunciava?
O SERVIDOR — Que essa criança um dia mataria seu pai.
ÉDIPO — Mas por que tu a entregaste a este homem?
O SERVIDOR — Tive piedade dela, mestre. Acreditei que ele a levaria ao país de onde vinha. Ele te salvou a vida, mas para os piores males! Se és realmente aquele de quem ele fala, saibas que nasceste marcado pela infelicidade.
ÉDIPO —Oh! Ai de mim! Então no final tudo seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui pela última vez, já que hoje me revelo o filho de quem não devia nascer, o esposo de quem não devia ser, o assassino de quem não deveria matar!
SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM, 2011.
>A) condenação eterna dos homens pela prática injustificada do incesto.
B) legalismo estatal ao punir com a prisão perpétua o crime de parricídio.
C) busca pela explicação racional sobre os fatos até então desconhecidos.
D) caráter antropomórfico dos deuses na medida em que imitavam os homens.
E) impossibilidade de o homem fugir do destino predeterminado pelos deuses.
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