Leia a posteridade, ó pátrio Rio, Em meus versos teu no...

Leia a posteridade, ó pátrio Rio, Em meus versos teu nome celebrado, Por que vejas uma hora despertado O sono vil do esquecimento frio: Não vês nas tua...

INEP - Português - 2021 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital

Leia a posteridade, ó pátrio Rio,

Em meus versos teu nome celebrado,

Por que vejas uma hora despertado

O sono vil do esquecimento frio:


Não vês nas tuas margens o sombrio,

Fresco assento de um álamo copado;

Não vês ninfa cantar, pastar o gado

Na tarde clara do calmoso estio.


Turvo banhando as pálidas areias

Nas porções do riquíssimo tesouro

O vasto campo da ambição recreias.


Que de seus raios o planeta louro

Enriquecendo o influxo em tuas veias,

Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.


COSTA, C. M. Obras poéticas de Glauceste Satúrnio. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 out. 2015.


A concepção árcade de Cláudio Manuel da Costa registra sinais de seu contexto histórico, refletidos no soneto por um eu lírico que

A) busca o seu reconhecimento literário entre as gerações futuras.

B) contempla com sentimento de cumplicidade a natureza e o pastoreio.

C) lamenta os efeitos produzidos pelos atos de cobiça e pela indiferença.

D) encontra na simplicidade das imagens a expressão do equilíbrio e da razão.

E) recorre a elementos mitológicos da cultura clássica como símbolos da terra.

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